Jahid Apu

Bangladesh | N. 1997

Jahid Apu gosta de deixar Daca (Bangladesh), onde vive, e partir à descoberta da “essência da vida”. Fotógrafo freelancer, autodidacta, tem paixão por explorar e estudar diferentes vivências humanas, testemunhar a diversidade cultural e documentar as suas manifestações de cor. “The Red Queen”, fotografia que lhe valeu o Prémio do Público no 1.º IN COLORS PROJECT, mostra que sabe chegar ao destino.
Se há como estabelecer alguma ponte entre a fotografia e a programação, área de formação do autor, será pela metáfora – Jahid Apu está atento aos infinitos códigos da vida, o sistema mais complexo. Essa atenção e o talento, com que tem conquistado distinções, permitem-lhe assumir o que deseja: partilhar connosco, através da fotografia, o que consegue ver e experienciar.

Foto por Jahid Apu

ENTREVISTA

VER PARA SENTIR

És jovem. Como fotógrafo, quais são os teus objectivos?

Há muitas respostas possíveis... Mas o meu objectivo é levar as pessoas a verem o que eu vejo. É tão simples quanto isso. E, no entanto, tão desesperadamente complicado. O que procuro é proporcionar uma perspectiva criativa do meu trabalho que faça o espectador perder-se na fotografia e nos pensamentos. Não tenho orgulho no trabalho que alguém olha e diz "Uau, bela fotografia..." e segue em frente. Para mim, o sucesso é alcançado quando apanho a pessoa desprevenida, desenhando emoções, ou quando vem ter comigo para me contar o que a fotografia lhe traz à mente. Se alguém puder olhar para uma das minhas fotografias e perceber o que é, como me senti, ou mesmo sentir o mesmo, aí fui bem-sucedido.

Como se desencadeou essa paixão pela fotografia?

Quando comecei a ver as coisas. Não apenas a olhar, mas a ver. E quando comecei a ver as coisas, comecei a amar o que via. Quis então representá-las e preservá-las de forma menos fugaz.

Estudaste informática. Trabalhas nesta área ou dedicas-te só à fotografia?

Sou um programador que também adora a fotografia. Mas acho que prefiro seguir a minha paixão e tornar-me fotógrafo profissional.

CREDENCIAIS

2022
Prémio do Público, In Colors Project – REACT! by Lumicroma, Portugal
Grand Prix Photo de Saint Tropez, France
Sustainable Development Goals Photo Award, Bangladesh

2021
Gump International Photo Contest, Hong kong
World Photography Awards, North America
SPIE International photo contest, USA
UNESCO Youth Eyes on the Silk Roads International photo contest, France
2022
In Colors Project – REACT! by Lumicroma, Portugal

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A vastidão a que se abria o tema está representada neste conjunto de 50 obras de fotógrafos de 22 nacionalidades. React! a quê, de que perspectiva? A possibilidade de infindas interpretações espelha-se numa exposição em que a reação tanto está na própria “cena” fotografada como na impressão de quem a fotografou e, ainda e sempre, no olhar de quem aprecia a fotografia.
Nesta abrangência, encontra-se a imagem do tempo e do lugar – de muitos lugares e de muitas qualidades de tempo. Há a beleza de momentos, espaços, culturas e tradições. Há toda uma escala de emoções. Há a poesia de paisagens e a destruição que faz a guerra. Há fantasia nos cenários improváveis. Há preocupações globais, instantes pessoais. Às vezes, o peso da existência; às vezes, a leveza do riso sobre a morte. 
Fica, ainda, a certeza de um mundo caleidoscópico, em permanente mudança, para as histórias se repetirem. Porque o homem repete-se. Fica, também, o continuum da vida. Está nos rostos de muitos. Está nas cores. Está na luz do preto e branco. Está no instinto. Na vontade. No que se perde, no que se conquista.

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Em 74 fotografias, 32 autores de 14 nacionalidades dão-nos o mais pungente retrato do que somos, do que fazemos e no que estamos a falhar. Porque HOME tem sorrisos e feridas expostas. Mostra o sentido de pertença e a absurda falta de chão. É o manto humano de mil retalhos a que todos pertencemos.
Esta é a nossa Casa. E não vale fechar os olhos.

IN COLORS PROJECT – uma iniciativa sem fronteiras da Lumicroma – reclama a importância da fotografia como registo sociocultural e intervenção artística. Pela convergência de experiências, estéticas e visões, visa traçar, anualmente, a grande imagem do tempo em que vivemos.

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Auschwitz: Traço(s) de uma herança é um projeto que utiliza a fotografia como meio de criar uma ligação entre o passado, o presente e o futuro.
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Auschwitz: Traço(s) de uma herança é um projeto que utiliza a fotografia como meio de criar uma ligação entre o passado, o presente e o futuro.
Manter viva a memória apela à reflexão e à vigilância e incentiva o empenhamento das gerações futuras, para que, através delas, possam ecoar as vozes dos sobreviventes, que em breve deixarão de ser ouvidas.
Conhecemos a história, vimos os filmes e lemos os livros. Sempre nos disseram que Auschwitz é o verdadeiro símbolo do Holocausto, uma vez que ali foram assassinados mais de um milhão de judeus. Uma fábrica de matar pessoas! Ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová e dissidentes políticos também sofreram neste lugar sombrio.
Lemos sobre as experiências hediondas levadas a cabo por Mengele em Auschwitz. Vimos fotografias dos sobreviventes, dos cadáveres, dos crematórios, dos objectos pessoais abandonados. Iniciámos a nossa viagem à Polónia com o pensamento de que estaríamos preparados para enfrentar o centro interpretativo do Holocausto e, através dele, encontrar a resposta à nossa inquietação: como é que isto foi humanamente possível?
Durante a viagem, voltámos a visitar aqueles com quem já tínhamos partilhado o sentimento do campo de concentração. Todas as páginas, testemunhos e rostos permaneceram bem vivos na nossa memória.
Chegámos, a presença em Auschwitz ultrapassa-nos!
Nenhuma memória, lida, estudada, vista ou ouvida pode ser comparada com o facto de estarmos ali mesmo. No silêncio ensurdecedor daquele lugar, que carrega em si a imensa perda do sentido humano, ganha força a pergunta de Theodor Adorno: Como é possível fazer poesia depois de Auschwitz?

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PLATAFORMA PARA A VALORIZAÇÃO DA FOTOGRAFIA E DOS FOTÓGRAFOS.