IN COLORS PROJECT
O povo de Deus e de Paulo Monteiro
ARTIGO ESCRITO POR Virgínia Capoto | LUMICROMA
SETEMBRO, 2025

“Baptismo de um barco de pesca artesanal” conquistou o 1.º lugar da ED#3 do IN COLORS PROJECT. Numa obra que transpira autenticidade, eis a narrativa de um povo.
Poderia ser o set de filmagem de uma série sobre Rabo de Peixe, nos Açores, tal a abundância de elementos a tecer um argumento realista. Mas preto no branco, o que se mostra, sem filtros e montagens, é a verdadeira alma de uma comunidade casada com o mar. Gente que tem na fé o barco seguro, nos filhos a rede lançada ao futuro. O céu pode estar plúmbeo e dramas existem, mas a alegria tem essa coisa de também se deixar pescar à linha: com a ajuda de Deus, criam-se momentos felizes.
A fotografia foi captada após a cerimónia de baptismo de um barco de pesca artesanal, um ritual propiciatório realizado antes de uma embarcação ser lançada à água. Trata-se de uma tradição antiga, dessas que o progresso nos vai tirando. Por isso Paulo Monteiro faz questão de as eternizar. Vai ao seu encalço e retém-nas com a sua objectiva, antes que seja tarde de mais.
Aliás, esta obra integra o seu projecto “Açores Profundos”, que demorou 24 anos a concretizar. “Durante esse tempo, percorri as nove ilhas do arquipélago, onde documentei a alegria das festas, a ternura das meninas vestidas de princesas, a nobreza do trabalho, a beleza da paisagem, o exotismo de animais e plantas”. Graças a ele, temos o testemunho visual de “uma cultura única, densa e intensa, de um mundo à beira de extinção”.
Informação, arte, etnografia e antropologia encontram-se no prolífico e multipremiado trabalho de Paulo Monteiro, fotógrafo natural da ilha de S. Miguel, Açores, onde vive. Como autodidacta, começou a explorar e fotografia em 1985. Nunca mais parou nem de fotografar nem de aprofundar conhecimentos na área, e muito menos de celebrar a identidade do seu povo, que vem mostrando em exposições nacionais e internacionais.
Poderia ser o set de filmagem de uma série sobre Rabo de Peixe, nos Açores, tal a abundância de elementos a tecer um argumento realista. Mas preto no branco, o que se mostra, sem filtros e montagens, é a verdadeira alma de uma comunidade casada com o mar. Gente que tem na fé o barco seguro, nos filhos a rede lançada ao futuro. O céu pode estar plúmbeo e dramas existem, mas a alegria tem essa coisa de também se deixar pescar à linha: com a ajuda de Deus, criam-se momentos felizes.
A fotografia foi captada após a cerimónia de baptismo de um barco de pesca artesanal, um ritual propiciatório realizado antes de uma embarcação ser lançada à água. Trata-se de uma tradição antiga, dessas que o progresso nos vai tirando. Por isso Paulo Monteiro faz questão de as eternizar. Vai ao seu encalço e retém-nas com a sua objectiva, antes que seja tarde de mais.
Aliás, esta obra integra o seu projecto “Açores Profundos”, que demorou 24 anos a concretizar. “Durante esse tempo, percorri as nove ilhas do arquipélago, onde documentei a alegria das festas, a ternura das meninas vestidas de princesas, a nobreza do trabalho, a beleza da paisagem, o exotismo de animais e plantas”. Graças a ele, temos o testemunho visual de “uma cultura única, densa e intensa, de um mundo à beira de extinção”.
Informação, arte, etnografia e antropologia encontram-se no prolífico e multipremiado trabalho de Paulo Monteiro, fotógrafo natural da ilha de S. Miguel, Açores, onde vive. Como autodidacta, começou a explorar e fotografia em 1985. Nunca mais parou nem de fotografar nem de aprofundar conhecimentos na área, e muito menos de celebrar a identidade do seu povo, que vem mostrando em exposições nacionais e internacionais.