Musa Talaşli

Turquia | N. 1976
Natural de Gürpınar, no distrito de Van, perto da fronteira com o Irão, Musa Talaşlı tem obra distinguida em diversos países. Com “Color”, uma fotografia que remete para as montanhas nevadas da sua região e as tradições curdas, recebeu o Prémio IN COLORS PROJECT 2021-22.
Natureza, cultura, património humano e retrato são temas que aprecia explorar, indo da macrofotografia ao registo de paisagem, do preto e branco à abundância da cor.
Musa Talaşlı começou a fotografar em estúdio em 1992. Trabalhou no mesmo local durante 19 anos, até decidir estabelecer-se por conta própria. É fotógrafo profissional, premiado, mas também homem de família. Como faz questão de se apresentar, é casado e tem quatro filhos.
Foto por Musa Talaşlı
ENTREVISTA
UMA QUESTÃO DE AMOR
Na fotografia, o que te interessa mais?
As pessoas, como vivem e o que expressam. “Colors”, por exemplo, aproxima-nos de uma comunidade curda rural, mostra a importância do vestuário na sua cultura.
“Colors” pertence a algum projecto?
Não, mas é uma ideia, quem sabe…
De qualquer modo, é uma foto que vale por si só.
É o registo de um povo antigo do Médio Oriente, sobrevivente, dono de tradições muito próprias e que vive em harmonia com a natureza.
Começaste muito novo…
Sim. Comecei pela fotografia em estúdio. Resolvi depois fotografar a natureza, encorajado por alguns fotógrafos especializados no género, e as pessoas. Em termos de estudo, digamos que me iniciei pela macrofotografia e hoje me dedico sobretudo ao ser humano; às suas formas de vida.
CREDENCIAIS
Primeiro Prémio, In Colors Project ED#1 REACT!, Lumicroma, Portugal
Primeiro Prémio, Concurso de Fotografia La Pedriza, categoria “Paisagem Natural e de Montanha”, Espanha
2021
Primeiro Prémio, concurso fotográfico ‘Climate Change PIX’ na categoria “Impactos das alterações climáticas na sociedade”, Agência Europeia do Ambiente (EEA), Dinamarca
2019
Segundo Prémio, concurso de fotografia "O Meu Caminho é Contigo" da CRI Online, afiliado ao China Media Group, China
Medalha de Prata, Real Sociedade de Fotografia de Saragoça na categoria “Cor”, Espanha
Terceiro Prémio, concurso de fotografia da União das Grandes Famílias da Cidade de Moscovo, Moscovo - Rússia
Primeiro Prémio, Concurso de Fotografia da Vindima, Scerni - Itália
2018
Concurso Internacional de Fotografia de Artes Marciais da UNESCO, Coreia do Sul
Primeiro Prémio, 10.º Concurso de Fotografia Agricultura e Ser Humano, Turquia
2016
Segundo Prémio, HIPA - Prémio Internacional de Fotografia Hamdan Bin Mohammed Bin Rashid Al Maktoum na categoria “Pai e Filho”, Dubai - Emirados Árabes Unidos
Menção Honrosa, MOF 2015 “İbrahim Zaman” 4.º Concurso Internacional de Fotografia na categoria “Cor”, pela GPU – Global Photographic Union, Mersin - Turquia
2015
Medalha de Ouro, 12.º Concurso Internacional de Fotografia do Rotary Club de Adana pela FIAP, Adana - Turquia
2014
Primeiro Prémio, Concurso Internacional de Fotografia com o tema “Viver em Conjunto”, Bursa - Turquia
2012
Primeiro Prémio, Concurso Internacional de Fotografia Bursa Foto Fest, Bursa - Turquia
Historical buildings photography, Van - Turquia
In Colors Project ED#3 JOY, Lumicroma, Portugal
2023
In Colors Project ED#2 HOME, Lumicroma, Portugal
2022
In Colors Project ED#1 REACT!, Lumicroma, Portugal
Exposições Relacionadas

IN COLORS PROJECT ED#1 REACT!
React! é um retrato da condição humana e da perceção do mundo, mostrando distintas velocidades, múltiplas realidades, encontros e desigualdades, tantas e t ... Ler Mais
React! é um retrato da condição humana e da perceção do mundo, mostrando distintas velocidades, múltiplas realidades, encontros e desigualdades, tantas e tantas reações.
A vastidão a que se abria o tema está representada neste conjunto de 50 obras de fotógrafos de 22 nacionalidades. React! a quê, de que perspectiva? A possibilidade de infindas interpretações espelha-se numa exposição em que a reação tanto está na própria “cena” fotografada como na impressão de quem a fotografou e, ainda e sempre, no olhar de quem aprecia a fotografia. Nesta abrangência, encontra-se a imagem do tempo e do lugar – de muitos lugares e de muitas qualidades de tempo. Há a beleza de momentos, espaços, culturas e tradições. Há toda uma escala de emoções. Há a poesia de paisagens e a destruição que faz a guerra. Há fantasia nos cenários improváveis. Há preocupações globais, instantes pessoais. Às vezes, o peso da existência; às vezes, a leveza do riso sobre a morte. Fica, ainda, a certeza de um mundo caleidoscópico, em permanente mudança, para as histórias se repetirem. Porque o homem repete-se. Fica, também, o continuum da vida. Está nos rostos de muitos. Está nas cores. Está na luz do preto e branco. Está no instinto. Na vontade. No que se perde, no que se conquista.
Curadoria de Sandra Maria Teixeira
IN COLORS PROJECT – uma iniciativa sem fronteiras da Lumicroma – reclama a importância da fotografia como registo sociocultural e intervenção artística. Pela convergência de experiências de reflexão sobre o mundo actual e através da criação fotográfica, propõe traçar, anualmente, a grande imagem do tempo em que vivemos.

IN COLORS PROJECT ED#2 HOME
Com HOME, o tema da 2.ª edição do IN COLORS PROJECT, lançámos a fotógrafos de todo o mundo um desafio feito de matéria sensível. Queríam ... Ler Mais
Com HOME, o tema da 2.ª edição do IN COLORS PROJECT, lançámos a fotógrafos de todo o mundo um desafio feito de matéria sensível. Queríamos tudo da fotografia – o acto artístico e emocional, o ato consciente e político, a luz e a sombra. O resultado é uma exposição que manifesta, no mesmo sangue, múltiplas realidades.
Em 74 fotografias, 32 autores de 14 nacionalidades dão-nos o mais pungente retrato do que somos, do que fazemos e no que estamos a falhar. Porque HOME tem sorrisos e feridas expostas. Mostra o sentido de pertença e a absurda falta de chão.
É o manto humano de mil retalhos a que todos pertencemos.
Esta é a nossa Casa. E não vale fechar os olhos.
Curadoria de Sandra Maria Teixeira
IN COLORS PROJECT – uma iniciativa sem fronteiras da Lumicroma – reclama a importância da fotografia como registo sociocultural e intervenção artística. Pela convergência de experiências de reflexão sobre o mundo actual e através da criação fotográfica, propõe traçar, anualmente, a grande imagem do tempo em que vivemos.

AUSCHWITZ: TRAÇO(S) DE UMA HERANÇA
Auschwitz: Traço(s) de uma herança é um projeto que utiliza a fotografia como meio de criar uma ligação entre o passado, o presente e o futuro.
Manter viva
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Auschwitz: Traço(s) de uma herança é um projeto que utiliza a fotografia como meio de criar uma ligação entre o passado, o presente e o futuro.
Manter viva a memória apela à reflexão e à vigilância e incentiva o empenhamento das gerações futuras, para que, através delas, possam ecoar as vozes dos sobreviventes, que em breve deixarão de ser ouvidas.
Conhecemos a história, vimos os filmes e lemos os livros. Sempre nos disseram que Auschwitz é o verdadeiro símbolo do Holocausto, uma vez que ali foram assassinados mais de um milhão de judeus. Uma fábrica de matar pessoas! Ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová e dissidentes políticos também sofreram neste lugar sombrio.
Lemos sobre as experiências hediondas levadas a cabo por Mengele em Auschwitz. Vimos fotografias dos sobreviventes, dos cadáveres, dos crematórios, dos objectos pessoais abandonados. Iniciámos a nossa viagem à Polónia com o pensamento de que estaríamos preparados para enfrentar o centro interpretativo do Holocausto e, através dele, encontrar a resposta à nossa inquietação: como é que isto foi humanamente possível?
Durante a viagem, voltámos a visitar aqueles com quem já tínhamos partilhado o sentimento do campo de concentração. Todas as páginas, testemunhos e rostos permaneceram bem vivos na nossa memória.
Chegámos, a presença em Auschwitz ultrapassa-nos!
Nenhuma memória, lida, estudada, vista ou ouvida pode ser comparada com o facto de estarmos ali mesmo. No silêncio ensurdecedor daquele lugar, que carrega em si a imensa perda do sentido humano, ganha força a pergunta de Theodor Adorno: Como é possível fazer poesia depois de Auschwitz?

PARAÍSO DE COURA
O olhar de Alfredo Cunha, atento e acutilante, documenta esta magia, este espírito de irmandade, esta felicidade colectiva. A alegria do público e a euforia das bandas, que jamais esq ... Ler Mais
O olhar de Alfredo Cunha, atento e acutilante, documenta esta magia, este espírito de irmandade, esta felicidade colectiva. A alegria do público e a euforia das bandas, que jamais esquecem aquela parede humana de cortar o fôlego e a forma generosa como são recebidos. Capta a doçura, a serenidade, a mais profunda paz, o amor partilhado, o respeito, o maravilhamento, a energia ímpar do rio Taboão, contrapondo com a exaltação, a apoteose, a celebração e a alegria, essa emoção sagrada que Almada Negreiros disse um dia ser «a coisa mais séria da vida».
Precisamos, ano após ano, do Festival Paredes de Coura, para recarregar as baterias da paixão, afastar a mediocridade dos dias mais cinzentos, curar as moléstias da tristeza que nos empalidece e afugentar o caruncho citadino que se entranha nos ossos. Para nos abastecermos de beleza, de euforia e da mais profunda paz, em divina comunhão com a natureza. Em peregrinação, num perpétuo regresso à magia.
Curadoria de Sandra Maria Teixeira

IN COLORS PROJECT ED#3 JOY
Esta terceira edição do In Colors Project, sob o tema JOY, reúne 75 obras de 56 autores oriundos de 22 países, configurando um atlas emocional que interroga as formas de ... Ler Mais
Esta terceira edição do In Colors Project, sob o tema JOY, reúne 75 obras de 56 autores oriundos de 22 países, configurando um atlas emocional que interroga as formas de expressão da alegria num mundo atravessado por tensões geopolíticas e crises sistémicas.
A fotografia, enquanto dispositivo de representação e mediação, revela-se como território de exercício ideológico, estético e ensaio poético. As imagens seleccionadas cartografam estratégias visuais através das quais se codificam, ritualizam e transmitem diferentes culturas. Integrando expressões de representação diversas – desde a celebração colectiva até à contemplação íntima – cada autor propõe um léxico visual singular, revelando a alegria como praxis sócio-antropológica e estética, enquanto perspectiva a criação de futuros possíveis.
A curadoria estrutura-se em torno da hipótese de que a imagem fotográfica constitui um dispositivo de reconfiguração do sensível, da análise e interpretação do real, transfigurado e apropriado em realidades autónomas e individuais, interrogando-nos sobre as condições de possibilidade do prazer, do encontro e da transformação nas sociedades contemporâneas.
Curadoria de Aníbal Lemos e Sandra Maria Teixeira
IN COLORS PROJECT – uma iniciativa sem fronteiras da Lumicroma – reclama a importância da fotografia como registo sociocultural e intervenção artística. Pela convergência de experiências de reflexão sobre o mundo actual e através da criação fotográfica, propõe traçar, anualmente, a grande imagem do tempo em que vivemos.