Paolo Ricca

Itália | N. 1977

O fotógrafo e o contador de histórias são indissociáveis. Um explica o outro, fazem parte da mesma gema criativa. Quando a realidade é o terreno, o resultado é uma obra povoada de pessoas. Paolo Ricca gosta de colher “fragmentos da vida quotidiana”. No “zoom” à vivência humana, dá particular atenção a atividades e costumes do passado, “tão próximos do nosso futuro”.
Natural de Roma, onde vive, Paolo Ricca é fotógrafo freelancer. Dedica-se sobretudo à fotografia de rua e de reportagem, desenvolvendo projectos temáticos dotados de uma faceta social e antropológica. No conjunto dos seus trabalhos, revela as cores da “arte de viver”, um processo de humildade, persistência e resistência: no vórtice da globalização, há causas que valem a pena.

Foto por Paolo Ricca

ENTREVISTA

PESSOAS QUE INSPIRAM

Como surgiu a paixão pela fotografia?

Surgiu com as minhas primeiras memórias da infância, tinha eu vinte anos. Quando era criança desenhava e pintava muito, mas muitas vezes era incapaz de expressar a minha criatividade como realmente queria. Mesmo sem o perceber, o vermelho, o verde e o azul influenciavam o humor dos meus dias. Com a fotografia descobri uma forma completamente única de representar as emoções através da cor.

A tua obra “The poetry of primary colors” foi distinguida no IN COLORS PROJECT - React! Queres destacar algo sobre o projecto a que pertence?

Esta foto é a capa de um projecto  a longo prazo, “Il Sudore della terra” [O suor da terra]. Aproximando a lente das pessoas que vivem e respeitam profundamente a terra, mergulho na memória dos fins-de-semana da minha infância, na pequena propriedade do meu avô.
Hoje, como nesses momentos intensos da infância, na dureza dos campos redescubro rostos marcados e pequenas rugas, paixão e sacrifícios. O frio amargo, o sol que queima, a humidade que se agarra à roupa e penetra até ao osso.
O suor da terra… Um valor que merece respeito, que por vezes desilude, que dá lágrimas de fadiga, mas que repõe sempre o sorriso, que dá imensa satisfação.
O projecto gira em torno da admiração por esta metáfora, e a poesia das cores primárias enquadra o retrato próximo de uma textura urbana sempre actual e intensa, por vezes áspera, mas por esta razão ainda mais autêntica.

O que te move mais como fotógrafo?

Basicamente, acredito que o mundo ainda é um lugar cheio de boas pessoas. Por esta razão, como fotógrafo, sinto-me atraído pela determinação do ser humano, pelas pessoas que trabalham todos os dias para construir algo saudável e positivo. Os meus projectos focam-se principalmente nisto, nos valores do trabalho árduo.

CREDENCIAIS

2022
Menção Honrosa, In Colors Project – REACT! by Lumicroma, Portugal
Vencedor, EYESHOOT MAGAZINE, People at work hashtag challenge
Vencedor, NEA MAGAZINE, Weekly selection

2021
Semi-finalista, URBAN PHOTO AWARDS (Street Category)
Semi-finalista,  URBAN PHOTO AWARDS (Book Category)
2022
In Colors Project – REACT! by Lumicroma, Portugal

2021
TERRITORY MUSEUM OF Cormòns , Italy
TRIESTE PHOTO DAYS, Italy
 
2022
Publicação, WOW (Worlds Of Women, Book, Portfolio Selection)
Publicação, WITNESSJOURNAL MAGAZINE (Reportage Category)
Publicação, PERIMETRO MAGAZINE (Reportage Category)
Destaque, LENS CULTURE ART PHOTOGRAPHY AWARDS (Competition Gallery)
Destaque, THESTREETROVER MAGAZINE (Artist Interview)

2021
Publicação, FOTOCULT MAGAZINE (October issue, Top Shoot)

Exposições Lumicroma

IN COLORS PROJECT | REACT!

React! é um retrato da condição humana e da perceção do mundo, mostrando distintas velocidades, múltiplas realidades, encontros e desigualdades, tantas e t ... Ler Mais

React! é um retrato da condição humana e da perceção do mundo, mostrando distintas velocidades, múltiplas realidades, encontros e desigualdades, tantas e tantas reações.

A vastidão a que se abria o tema está representada neste conjunto de 50 obras de fotógrafos de 22 nacionalidades. React! a quê, de que perspectiva? A possibilidade de infindas interpretações espelha-se numa exposição em que a reação tanto está na própria “cena” fotografada como na impressão de quem a fotografou e, ainda e sempre, no olhar de quem aprecia a fotografia.
Nesta abrangência, encontra-se a imagem do tempo e do lugar – de muitos lugares e de muitas qualidades de tempo. Há a beleza de momentos, espaços, culturas e tradições. Há toda uma escala de emoções. Há a poesia de paisagens e a destruição que faz a guerra. Há fantasia nos cenários improváveis. Há preocupações globais, instantes pessoais. Às vezes, o peso da existência; às vezes, a leveza do riso sobre a morte. 
Fica, ainda, a certeza de um mundo caleidoscópico, em permanente mudança, para as histórias se repetirem. Porque o homem repete-se. Fica, também, o continuum da vida. Está nos rostos de muitos. Está nas cores. Está na luz do preto e branco. Está no instinto. Na vontade. No que se perde, no que se conquista.

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