IN COLORS PROJECT  |  HOME

Com HOME, o tema da 2.ª edição do IN COLORS PROJECT, lançámos a fotógrafos de todo o mundo um desafio feito de matéria sensível. Queríamos tudo da fotografia – o acto artístico e emocional, o ato consciente e político, a luz e a sombra. O resultado é uma exposição que manifesta, no mesmo sangue, múltiplas realidades.
Em 74 fotografias, 32 autores de 14 nacionalidades dão-nos o mais pungente retrato do que somos, do que fazemos e no que estamos a falhar. Porque HOME tem sorrisos e feridas expostas. Mostra o sentido de pertença e a absurda falta de chão.
É o manto humano de mil retalhos a que todos pertencemos.
Esta é a nossa Casa. E não vale fechar os olhos.

IN COLORS PROJECT – uma iniciativa sem fronteiras da Lumicroma – reclama a importância da fotografia como registo sociocultural e intervenção artística. Pela convergência de experiências, estéticas e visões, visa traçar, anualmente, a grande imagem do tempo em que vivemos.

A casa às vezes é aborrecimento e tédio.

Aborrecimento

Lisboa, Portugal, 2017

Carlos Gaspar Reis | Portugal

Uma senhora da aldeia curva-se no chão da sua humilde casa, com uma concentração evidente no rosto. Ela mergulha a mão num pote de tinta branca e desenha cuidadosamente padrões intrincados nas paredes e no chão de barro. As suas mãos movem-se com rapidez e destreza, criando uma bela tapeçaria de flores, pássaros e outros motivos.
A senhora está a preparar a sua casa para um festival e orgulha-se de a decorar da melhor forma possível. Ela sabe que o seu trabalho trará alegria à sua família e comunidade e está ansiosa por partilhá-lo com eles.
A imagem capta a essência da vida nas aldeias da Índia, onde a arte está profundamente enraizada na cultura. É um lembrete de que mesmo as coisas mais simples podem ser tornadas belas com criatividade e amor.

Festive Time

Purulia, Índia, 2014

Alok Avinash | Índia

Hope tem lutado para evitar que outros sofram o mesmo trauma que ela e, em sua casa, cuida de crianças trazidas do cativeiro na Líbia. Muitas delas já não têm pais, pelo que as adopta, na esperança de encontrar uma nova família para elas.
Hope foi raptada e aprisionada na Líbia aos 23 anos. Queria ir para a Líbia porque queria ter a oportunidade de ganhar dinheiro para pagar a sua escola. Hope passou 34 dias na estrada para a Líbia, viajando sem comer nem tomar banho, escondida na parte de trás de carrinhas com outras crianças, sofrendo extorsões e assédio sexual constante. Atravessando o deserto cheio de ossos humanos de viajantes que não conseguiram sobreviver à viagem, chegou finalmente a Tripoli, na Líbia, pensando que o pior já tinha passado.
Mas assim que entraram na cidade, o motorista entregou-a à polícia líbia, que a torturou durante horas antes de a levar para a prisão. Hope passou 97 dias numa prisão onde, enquanto era diariamente violada e espancada, assistiu à morte indiscriminada de prisioneiros cujos corpos eram desmembrados e vendidos a traficantes de órgãos. Ela sabia que esse era o seu destino. No entanto, um dia, conseguiu escapar ao encontrar a porta da cela aberta.
Após uma viagem de dois meses de regresso à Nigéria, Hope apercebeu-se de que estava grávida e compreendeu que era uma dádiva de Deus. Passaram quatro anos e, hoje, Hope e o seu filho receberam estas cinco almas, salvas da Líbia, e trouxeram-nas para a sua família. O seu amor levá-los-á a todos para casa.

Hope is alive

Akwa Ibom, Nigéria, 2022

Mauro De Bettio | Itália

Casa é alegria com muito pouco.

Inesperado sorriso

Lisboa, Portugal, 2016

Carlos Gaspar Reis | Portugal

Quer seja rico ou pobre, um lar não é um lar se as raízes do amor não estiverem sempre a penetrar mais profundamente na crosta do terreno e do convencional. A simplicidade de amar cresce ao viver simplesmente perto da natureza e de Deus. Na fotografia, quis mostrar a clareza e a união da família, que é crucial para um lar tranquilo.

A Peaceful Home

Satkhira, Bangladesh, 2021

Md. Saiful Islam Khan | Bangladesh

Os incêndios florestais são um problema global que afecta diretamente o clima e a biodiversidade do planeta. Um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) afirma que, até 2030, a frequência dos incêndios florestais aumentará 14%, até 2050 30% e até 2100 50%.
Na Austrália, em 2020, cerca de 1.000.000.000 (mil milhões) de animais selvagens e domésticos foram mortos por incêndios florestais. A biodiversidade está a perder-se em todo o mundo e mais de 4.400 espécies terrestres e de água doce foram ameaçadas nos últimos anos. O efeito dos incêndios afecta o Ártico, aumentando o derretimento do gelo e, durante a combustão, o dióxido de carbono é libertado para a atmosfera - causando um efeito de estufa e alterações climáticas.

 

After the Fires - Mountain Goat and Feral Dog

Mari El, Rússia, 2023

Yuri Pritisk | Rússia

Um grupo de edifícios residenciais do mesmo estilo que foram construídos nos anos 90, altura em que a China estava em transição de uma economia planificada para uma economia de mercado.

A vida em grupo tem sido a forma de existência da humanidade desde os tempos antigos. Como resultado, surgiram comunidades, aldeias e cidades, umas a seguir às outras. Atualmente, este estado de vida em grupo aproximou as pessoas. O projeto "Group Living" questiona a tendência extrema de sobre-urbanização, apresentando espaços habitacionais lotados e homogeneizados nas cidades chinesas.

Group Living

Shenyang, China, 2011

Jian Luo | China

"Takanakuy" é uma palavra quíchua que significa "luta" ou "confronto". No quinto dia dos festejos carnavalescos na pequena aldeia jaujanesa de Marco, este é o ponto alto da festa. Os habitantes da aldeia, divididos em bairros e com lenços de cores diferentes, jogam uns contra os outros com farinha de trigo, água e, por vezes, ervas, celebrando e agradecendo a fertilidade da terra e do gado. Esta festa é de origem pastoril e, segundo os aldeões, destinava-se a assegurar a fertilidade do gado. Afirmam também que, em 1870, já era uma tradição antiga.

Carnaval Marqueño

Junín, Peru, 2017

Alexis Huaccho Magro | Peru

Cabanas de madeira vermelha habitadas por monges cobrem a encosta de Larung Gar, o maior instituto budista tibetano do mundo, com dezenas de milhares de monges.

A vida em grupo tem sido a forma de existência da humanidade desde os tempos antigos. Como resultado, surgiram comunidades, aldeias e cidades, umas a seguir às outras. Atualmente, este estado de vida em grupo aproximou as pessoas. O projeto "Group Living" questiona a tendência extrema de sobre-urbanização, apresentando espaços de vida lotados e homogeneizados nas cidades chinesas.

Group Living

Ganzi, China, 2018

Jian Luo | China

A luta das vidas nómadas, que têm de mudar de lugar em diferentes alturas do ano para perseguir os rebanhos. Levam uma vida privada de muitas oportunidades, desde a tecnologia à vida social.

Nomadic clife 2

Turquia, 2019

Musa Talasli | Turquia

Zomir Hussain, pai de seis filhos, chorando no rescaldo do incêndio de 5 de março de 2023 que destruiu cerca de 2800 abrigos, afectando mais de 15 000 refugiados Rohingya. Zomir perdeu o seu abrigo e todos os bens da sua família, incluindo as rações alimentares e as roupas dos seus filhos e da sua mulher.
"Eu estava num bazar local quando o fogo começou no meu acampamento, a 5 de março", disse Zomir Hussain. "Não sabia que tinha começado um incêndio no meu acampamento. Quando soube que o fogo tinha deflagrado, regressei imediatamente e vi que o meu abrigo estava totalmente destruído e que não restava nada. Fiquei muito angustiada e comecei a procurar os meus filhos e familiares. Encontrei-os passadas algumas horas. Estão todos a salvo. Agora não tenho nada para comer e vestir. Preciso de reconstruir a minha vida a partir do zero".

O incêndio devastador que varreu os campos de refugiados Rohingya em Cox's Bazar é uma lembrança clara dos desafios intersectoriais que esta população vulnerável enfrenta. O povo Rohingya há muito que enfrenta perseguição e discriminação no seu país de origem, Myanmar, o que os obrigou a fugir para o Bangladesh como refugiados. Mas, uma vez no Bangladesh, enfrentam uma série de outros desafios, incluindo a pobreza, o acesso limitado aos cuidados de saúde e à educação e os actuais impactos das alterações climáticas.
O incêndio de março de 2023 põe em evidência a natureza intersectorial destes desafios. As condições de sobrelotação e precariedade dos campos de refugiados tornaram-nos particularmente vulneráveis aos incêndios, que se estão a tornar mais frequentes e intensos devido aos impactos das alterações climáticas. O incêndio também destruiu instalações vitais de água, saúde e educação, agravando os desafios existentes nestas áreas.
Além disso, o incêndio afectou de forma desproporcionada as mulheres, as crianças e outros grupos marginalizados da população de refugiados. As mulheres, por exemplo, são muitas vezes as principais responsáveis por cuidar das crianças e garantir o acesso a alimentos e a outras necessidades básicas. A perda de rações alimentares e de outros bens tem, por isso, um impacto desproporcionado nas mulheres e nas suas famílias. Também as crianças são especialmente vulneráveis em tais crises e muitas delas ficaram traumatizadas com a experiência.

From Persecution to Disaster: Rohingya refugees

Cox's Bazar, Bangladesh, 2023

Sahat Zia Hero | Mianmar

Esta é a aldeia histórica de Chittagong, no Bangladesh, onde de geração em geração se trabalha com esta panela de barro. A olaria é uma arte muito antiga. Desempenha um papel importante no estudo da cultura. No Bangladesh, em pequenas aldeias, as pessoas continuam a trabalhar para esta cultura da olaria, onde ganham as suas despesas diárias com a venda de cerâmica. Estabeleceram a sua cultura, onde contribuem com o seu tempo, paixão e tecnologia para fazer cerâmica e muitas famílias incluem os seus familiares para trabalharem com eles. Por vezes, em cada família, desde o membro mais velho até ao mais novo, os membros pagam o seu trabalho árduo para fazer cerâmica para viver. Nesta fotografia, a discriminação entre os sexos é evidente. Para além dos homens, as mulheres também os ajudam a fazer panelas de barro para ganhar dinheiro. Na aldeia, a maior parte das manhãs, as mulheres ajudam-se mutuamente para se mimarem e trabalham juntas no pátio da olaria, em frente à sua casa, o que é uma cena muito rara hoje em dia. Devido à atualização da modernidade em todo o mundo, estas histórias estão a começar a desaparecer da mente das pessoas.
 

The morning face

Chittagong, Bangladesh, 2014

Shahriar Farzana | Bangladesh

Apesar dos estragos da guerra e da destruição, o povo resiliente recusou-se a abandonar a sua estimada tradição de pequeno-almoço comunitário durante o mês sagrado do Ramadão. Incansáveis e determinados, reuniram-se no meio dos escombros, unidos no seu compromisso de reavivar o espírito de união através de refeições partilhadas.

Ramadan meals among the ruins in Idlib, Syria.

Idlib, Síria, 2020

Mouneb Taim | Síria

A "igreja no céu" da Etiópia é, sem dúvida, o local de culto mais inacessível do mundo, empoleirada no topo de um pináculo vertical de rocha e com quedas de 200 metros em todos os lados. A igreja monolítica, situada no norte da Etiópia, na região de Tigray, tem 2.600 m de altura e tem de ser escalada numa rocha vertical com os pés descalços para lá chegar, o que faz com que se pergunte como é que as famílias se esforçam para visitar a igreja para os serviços religiosos de domingo.

Closer to heaven

Tigray, Etiópia , 2019

Mauro De Bettio | Itália

Ruma, na foto com o seu filho Ankit, navega corajosamente no quintal inundado da sua antiga casa. A sua vida tem sido marcada por imensos desafios e dificuldades. Com a tenra idade de 11 anos, foi raptada por um vizinho e sujeita a três anos de tráfico.
Quando Ruma foi resgatada, já estava grávida de nove meses. Tragicamente, apenas um mês depois, o seu recém-nascido faleceu nos seus braços, quando Ruma tinha apenas 13 anos de idade.
Apesar das acções bem intencionadas da família, esta organizou involuntariamente o casamento de Ruma com um indivíduo com problemas mentais. Esta decisão teve consequências duradouras. Ruma tornou-se mãe de três crianças, uma das quais, a sua segunda filha, sofre de Talassemia e necessita de transfusões de sangue frequentes - cerca de 3 a 4 vezes por mês.
Em maio de 2020, o delta de Sunderban foi devastado por um ciclone tropical catastrófico, deixando a casa de Ruma submersa em água, uma situação que persiste até hoje. Apesar dos imensos desafios que a vida lhe colocou, Ruma continua determinada. Enfrenta a difícil tarefa de proporcionar aos seus três filhos educação, cuidados médicos, um teto sobre as suas cabeças e satisfazer as suas necessidades básicas, mesmo na ausência de um lar estável.

Breath Underwater

Sunderbans, Bengala, Índia, 2023

Mauro De Bettio | Itália

A fotografia mostra um grupo de crianças Rohingya a brincar com água na cabeça, no maior campo de refugiados Rohingya do mundo, em Kutupalong, no Bangladesh, depois de terem sido deportadas do seu país de origem, Myanmar. De acordo com o governo do Bangladesh, mais de um milhão de Rohingyas vivem atualmente neste país. A vida destas crianças Rohingya nos campos de refugiados é muito limitada e normal. A vida destas crianças Rohingya sem pátria está ligada a um sonho sem sonhos. De acordo com as Nações Unidas, os Rohingyas são atualmente o povo mais oprimido do mundo. Estas pessoas oprimidas estão a ser privadas de muitos direitos humanos básicos, o que é uma questão muito significativa. Uma parte desta população tem vivido oficialmente no Bangladesh como refugiados nos últimos 6 anos. O governo do Bangladesh e várias organizações de direitos humanos de todo o mundo têm tentado humildemente dar o seu melhor para que os Rohingyas tenham uma vida melhor.

Happiness without identity of Rohingya children

Campo de Kutupalong, Teknaf, Bangladesh, 2020

Ziaul Huque | Bangladesh

Uma luz aparece num apartamento no meio da escuridão, num bairro do sul de Beirute. A crise da falta de eletricidade e de combustível para os geradores alastra há anos por todo o Líbano, afectando a vida quotidiana de milhões de seres humanos.

Dark Beirut

Beirute, Líbano, 2021

João Sousa | Portugal

Uma criança sente-se feliz com a sua mãe sob o teto do seu doce lar.

Sweet home

Kolkata, India, 2023

Rajesh Dhar | Índia

Um rapazinho brinca na sua única casa, que foi destruída pela erosão do rio durante as fortes cheias pela erosão fluvial durante as grandes cheias no Bangladesh.  
O estudo de impacto ambiental concluiu que as alterações climáticas afectarão significativamente a erosão das margens dos rios. Em média, a erosão das margens ao longo dos três principais rios do Bangladesh aumentará 13% até 2050 e 18% até 2100.

The Crumpled House

Narayanganj, Bangladesh, 2021

Jahid Apu | Bangladesh

Em Fevereiro de 2022 as forças militares russas lançaram uma nova ofensiva sobre a Ucrânia. Desde então, todo o mundo assiste aos horrores praticados por parte dos ocupantes.
Em Chernihiv, uma pequena região a norte de Kyiv, a invasão foi sentida durante os primeiros meses do ataque, deixando um rasto de destruição ainda hoje sentido.
Numa casa cedida por locais aos voluntários da ONG "Repair Together", vemos um gato de rua a aproveitar o calor humano para se aquecer depois de uma noite gélida de Novembro. Todos os fins-de-semana, dezenas de jovens voluntários vindos de várias zonas do país, se juntam para ajudar a reconstruir propriedades atingidas pelas forças de ocupação russa durante os primeiros meses da recente invasão, em aldeias e regiões remotas onde a população é maioritariamente idosa e tem menor capacidade financeira.

The morning after

Chernihiv, Ucrânia, 2022

Igor de Aboim | Portugal

Um homem toca a sua flauta depois de um longo dia de trabalho e a sua família e os seus pavões de estimação apreciam a melodia da canção popular.

The folk tune

Bengala Ocidental, Índia, 2023

Rajesh Dhar | Índia

Após o nascimento, os bebés eram (e ainda são) normalmente mantidos invisíveis durante quarenta dias. Após este período, os pais mostravam finalmente o recém-nascido à aldeia e, atualmente, aos seus amigos e familiares durante uma festa. Tradicionalmente, os quarenta vizinhos deviam trazer quarenta pedaços de pano para o bebé, para que a família pudesse fazer roupas para ele. Cada peça representava um dia que o bebé tinha vivido. Era suposto as roupas serem mágicas e prometerem felicidade e saúde à criança que as usasse. Atualmente, os convidados costumam trazer dinheiro aos pais durante a festa.
O bebé foi colocado pela primeira vez num berço de madeira chamado "Nashik". Tradicionalmente, era suposto ser a mulher mais velha da aldeia ou da tribo a fazê-lo. Isto destinava-se a prometer uma vida longa à criança, que viveria tanto como a mulher. O objetivo era prometer uma vida longa à criança, que viveria tanto quanto a mulher.

Rockabye Baby Rockabye

Bursa, Turquia, 2022

Ekrem Kalkan | Turquia

Em Chittagong, havia uma colónia de voluntários onde alguns deles não conseguiam ganhar muito dinheiro, mas davam o seu melhor para o país. São eles os lutadores silenciosos que mantêm o país limpo e asseado. Não há limites para a sua luta pelo país, mas as pessoas não lhes dão tanta prioridade só porque são analfabetos e fazem trabalhos de classe baixa na sociedade. É por isso que começaram a viver numa zona separada de Chittagong, conhecida como Mathor Palli.  Como são muito pobres e não podem comprar roupas novas para o seu festival Holi, antes de cada festival Holi lavam todas as suas roupas velhas e colorem-nas o mais que podem. Tal como as suas roupas, a sua vida ainda não é muito colorida. 

Before Holi

Chittagong, Bangladesh, 2019

Shahriar Farzana | Bangladesh

O Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) classificou a Nigéria como o centro mais proeminente do comércio de pangolins. Com grandes quantidades de escamas de pangolim exportadas ilegalmente do país e centenas de milhões de dólares movimentados anualmente através da Nigéria no tráfico de pangolins.
Caçados localmente para fins alimentares, vendidos em mercados e traficados internacionalmente para a Ásia para fins de medicina tradicional e acessórios de moda, os números anuais de pangolins traficados representam um cenário horrível. Ainda assim, felizmente, um pequeno grupo está a lutar pela preservação desta espécie. O Green Fingers Wildlife Conservation, em Lagos, na Nigéria, é um deles. Este centro gere jardins zoológicos e botânicos de vida selvagem com objectivos educativos para aproximar as pessoas da natureza, promovendo a consciencialização dos jovens para a necessidade e a importância de conservar o ambiente natural e a vida selvagem. O Green Fingers proporciona habitats seguros para as espécies que resgata frequentemente. Tive a sorte de passar um dia inteiro com a Greenfingers, e foi comovente ver o cuidado e o amor que estas pessoas dedicam a salvar pangolins e outros animais da extinção. Temos de chamar a nossa atenção para as espécies traficadas e juntarmo-nos aos que trabalham para as salvar.

The Crown

Lagos, Nigéria, 2022

Mauro De Bettio | Itália

Eid-ul-Azha é uma grande festa dos muçulmanos no Bangladesh. Neste mercado, todos compram e vendem animais de acordo com as suas capacidades. Para agradar ao Senhor, sacrificam os animais e distribuem a carne por todos, pois acreditam que assim podem obter o prazer do Criador. É o maior mercado de animais de Kushtia.
 

Animal market on Eid-ul-Azha

Kushtia, Bangladesh, 2022

Ananto Biswas Utshow | Bangladesh

Atualmente, a velocidade da urbanização acelerou nos países em desenvolvimento. Dhaka, a capital do Bangladesh, não é exceção. A faixa de rodagem número dez é um passeio interior na Avenida 4, na Secção 11 de Mirpur. Para o bem desta zona, as autoridades levaram a cabo uma ação de despejo em 21 de janeiro de 2021 para demolir estabelecimentos ilegais. O despejo causou um enorme sofrimento e perdas aos residentes. Foi um período difícil para eles, pois muitas famílias tiveram de ficar ao relento, sem abrigo, por terem perdido as suas casas.

Lane Number Ten

Dhaka, Bangladesh, 2021

Md. Saiful Islam Khan | Bangladesh

Uma mulher de cabelos brancos arranja o cabelo no alpendre da sua casa em Bhuj, Gujarat, na Índia.

Beauty

Bhuj, Gujarat, Índia, 2009

Mark Levitin | Israel

21:91 é um nome simbólico que só é compreensível para o autor e para a sua filha retratada na fotografia. Retrato psicológico de uma estudante no seu quarto com uma iluminação natural e viva.

21:91

Cheboksary, Rússia, 2015

Yuri Pritisk | Rússia

Uma mulher refugiada Rohingya de Myanmar segura o seu filho depois de chegar de barco ao Bangladesh, na ilha de Shah Porir Dip, em Cox's Bazar, a 14 de setembro de 2017. De acordo com o ACNUR, mais de 646 000 refugiados Rohingya fugiram de Myanmar em 25 de agosto de 2017, a maioria dos quais tentava atravessar a fronteira para chegar ao Bangladesh.

Rohingya Exodus

Cox’s Bazar, Bangladesh, 2017

K M Asad | Bangladesh

O primeiro requisito de qualquer objeto vivo é a sua alimentação e, por vezes, é difícil arranjar comida para quem precisa. Nesta fotografia não há luxo, é a vida real. Esta fotografia foi tirada numa aldeia na margem do rio Karnaphuli, em Chittagong, Bangladesh, a 12 de abril de 2019.

Life in need.

Chittagong, Bangladesh, 2019

Shahriar Farzana | Bangladesh

Casa da tribo Konyak-Naga adornada com crânios de mithuns. O povo Naga sacrifica tradicionalmente os mithuns, uma espécie endémica de gado doméstico, quando realiza a cerimónia de consagração de uma nova casa.

Longwa

Longwa, Índia, 2009

Mark Levitin | Israel

Nesta pequena cabana construída para cozer pão na aldeia, encontram-se crianças a brincar.

 

Old street games

Turquia, 2017

Musa Talasli | Turquia

As famílias ciganas no Bangladesh vagueiam e tentam ganhar a vida de muitas maneiras. Normalmente, não têm uma morada permanente. Constroem casas onde quer que vão. Parecem sempre tão felizes com os seus laços familiares numa vida tão flutuante. A partir da sua vida, apercebi-me de que o lar não é apenas um abrigo. É um sentimento com alguns grandes momentos com as nossas almas mais queridas.

A Gipsy Morning

Kushtia, Bangladesh, 2023

Md. Saiful Islam Khan | Bangladesh

A estação do inverno continua a afetar negativamente a vida em Van, onde o tempo frio prevalece após a queda efectiva de neve. Especialmente nas zonas rurais e de grande altitude, os nevões e as tempestades colocam as pessoas numa situação difícil. Diz-se que é muito difícil ir de casa em casa na aldeia durante os meses de inverno.

Life in snow

Turquia, 2019

Musa Talasli | Turquia

Refugiados rohingyas fazem as malas enquanto esperam para entrar nos campos depois de atravessarem a fronteira do rio Naf de Myanmar para o Bangladesh, a 2 de novembro de 2017, perto de Anjuman Para, em Cox's Bazar. De acordo com o ACNUR, mais de 745 000 refugiados Rohingya fugiram de Myanmar para o Bangladesh desde 25 de agosto de 2017.

Rohingya Exodus

Cox’s Bazar, Bangladesh, 2017

K M Asad | Bangladesh

O incêndio devastador que ocorreu em 5 de março de 2023 nos campos de refugiados Rohingya em Cox's Bazar, perto da fronteira entre o Bangladesh e Mianmar, deixou quase 16 000 refugiados sem casa. Destruiu também as já limitadas rações alimentares, bem como instalações vitais de água, saúde e educação. O fogo começou às 14h45 e ardeu até às 17h00, num dia ventoso - foi impossível salvar os abrigos de bambu e lona das povoações. Milhares de famílias não puderam recuperar nada dos seus bens domésticos e não tiveram outra alternativa senão fugir do fogo e salvar as suas vidas.
No rescaldo de um incêndio devastador, os refugiados Rohingya erguem-se das cinzas, silhuetados contra o sol enquanto sobem uma pequena colina. Apesar da escuridão e da destruição que os rodeia, prosseguem com resiliência e determinação.
Estas silhuetas de esperança são um testemunho da força e da coragem do povo Rohingya, que tem enfrentado desafios inimagináveis e discriminação. Através desta imagem, lembramo-nos da necessidade urgente de apoiar e estar ao lado daqueles que são mais vulneráveis.

Silhouettes of Hope: Rohingya Refugees

Cox's Bazar, Bangladesh, 2022

Sahat Zia Hero | Mianmar

Muhammad encontra-se no meio de uma escola devastada, especificamente no local onde o seu pé foi amputado na sequência de um ataque aéreo. Perdeu o pé neste incidente. Sonhava em ser como o famoso futebolista Lionel Messi e era excecionalmente hábil a jogar futebol. No entanto, após o ataque aéreo que atingiu a escola e que resultou na perda do seu pé, tudo mudou. Os seus sonhos foram destruídos, tal como a sua escola e a sua educação. Como ele diz, "o meu sonho parou com a perda do meu pé".

The dream of Muhammad.

Idlib, Síria, 2020

Mouneb Taim | Síria

Dhaka é a sexta cidade mais populosa do mundo. Mais de 19,5 milhões de pessoas vivem nesta cidade. São mais de 23.234 pessoas por quilómetro quadrado, pouco mais de meia milha quadrada. Capturei esta fotografia no campo de refugiados paquistaneses em Mirpur. As pessoas vivem aqui de uma forma muito apertada. A densidade das suas casas tornou a sua vida difícil em muitos aspectos.

Density of Lives

Dhaka, Bangladesh, 2020

Md. Saiful Islam Khan | Bangladesh

A educação é a arma mais poderosa para enriquecer o conhecimento. Iluminou a sociedade de tal forma que uma lâmpada ilumina uma casa. Olhe para a fotografia: a sede de aprender da criança trabalhadora parece derrotar a maldição do trabalho infantil. Esta fotografia foi tirada na propriedade de chá de Sylhet. As crianças das zonas marginais têm direito à educação. Vamos até lá com a luz da educação.

Creating the future

Sylhet, Bangladesh, 2016

Shahriar Farzana | Bangladesh

Laila e a sua família foram forçadas a fugir de Myanmar em 2017. Atualmente, vivem na maior colónia de refugiados do mundo, no distrito de Cox's Bazar, no Bangladesh. O marido de Laila tem uma deficiência e a sua família está totalmente dependente da ajuda humanitária.
"As rações alimentares que recebemos mensalmente eram essenciais", disse Laila. "Não sei como poderemos sobreviver se o PAM nos fornecer menos rações. Estou muito preocupada com a saúde do meu filho e do meu vulnerável marido".

A crise dos refugiados Rohingya no Bangladesh apresenta desafios que se intersectam e que agravam a já terrível situação da população vulnerável. As crianças constituem quase metade dos refugiados, mas a educação continua a estar fora do alcance de muitos devido ao encerramento de instalações de ensino geridas pela comunidade e à falta de apoio consistente do Estado do Bangladesh e da comunidade internacional. As raparigas, em particular, enfrentam maiores obstáculos à aprendizagem, o que enfraquece ainda mais as perspectivas a longo prazo da comunidade.

Para agravar a situação, a redução das rações alimentares anunciada pelo Programa Alimentar Mundial em fevereiro de 2023 corre o risco de ter consequências ainda mais graves para os refugiados. Já a viver em condições precárias, a redução das rações pode levar a um aumento da extorsão, do trabalho sexual, do tráfico de seres humanos, do tráfico de droga, da violência doméstica e do abuso de crianças. Com acesso limitado a alimentos, as crianças podem ser forçadas a abandonar a escola e a dedicar-se ao trabalho infantil, enquanto muitos refugiados podem arriscar as suas vidas em viagens perigosas para outros países em busca de oportunidades de trabalho.

Laila, uma refugiada que vive no distrito de Cox's Bazar, manifestou grande preocupação com o bem-estar da sua família. O seu marido tem uma deficiência, o que os deixa completamente dependentes da ajuda humanitária. Com a redução das rações alimentares, Laila receia pela saúde do seu filho e do seu vulnerável marido.
A intersecção entre o género, a idade, a deficiência e o estatuto de refugiado realça a necessidade urgente de uma abordagem abrangente para resolver a crise dos refugiados Rohingya no Bangladesh. Esta abordagem deve incluir o acesso à educação, a uma alimentação adequada e a oportunidades de trabalho, bem como a proteção contra a miríade de riscos enfrentados por esta população vulnerável.

Surviving on Aid: The Rohingya Refugee Crisis

Cox's Bazar, Bangladesh, 2023

Sahat Zia Hero | Mianmar

Na ilha de Pemba, situada na costa do Oceano Índico, os pescadores regressam à costa ao fim da tarde. Esta pescadora leva o peixe que carrega ao ombro para a sua casa. Dá passos seguros, assegurando a refeição da noite da casa. Fiquei na Tanzânia durante um mês devido a um projeto de documentário. Aproveitando o dia livre, peguei na minha máquina fotográfica e fui até à costa do oceano. O contraste entre as suas roupas vermelhas e o céu nublado é impressionante. Carrega o seu peixe com passos rápidos, concentrada no seu trabalho. É como se estivesse num fragmento de um sonho. Mas era real. Este país colorido tem um pormenor fotogénico em cada canto. Oferece aos fotógrafos possibilidades ilimitadas. Neste processo, tentei adaptar-me ao fluxo da vida tanto quanto possível. Tentei adaptar o ritmo da vida à velocidade do meu obturador. Tentei não ficar atrás do momento nem chegar a esse momento mais cedo.

Fishergirl

Pemba, Tanzânia, 2021

Eren Aybars Arpacık | Turquia

Fotografia de rua tirada durante a pandemia Covid-19, porte de máscara obrigatório.  
O arrasto da imagem sugere a passagem inexorável do tempo, realçando-lhe a efemeridade inerente.
Numa época histórica que viu a existência e a liberdade humana ameaçadas, relembrando a fragilidade da sua condição, revela-se ainda mais premente a necessidade de adotarmos uma conduta mais compassiva e guiada pela bondade.
Somos criaturas de um dia e a mensagem de fundo não poderia ser mais atual, "Aqui houve música. Sê gentil". Porque no meio de um cenário humanitário global que se apresenta novamente desalentador, enquanto ainda optarmos conscientemente pela gentileza, haverá beleza na existência.

Fleeting kindness

Porto, Portugal, 2022

Gabriela Gonçalves | Portugal

Os incêndios florestais são um problema global que afecta diretamente o clima e a biodiversidade do planeta. Um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) afirma que, até 2030, a frequência dos incêndios florestais aumentará 14%, até 2050 30% e até 2100 50%.
Na Austrália, em 2020, cerca de 1.000.000.000 (mil milhões) de animais selvagens e domésticos foram mortos por incêndios florestais. A biodiversidade está a perder-se em todo o mundo e mais de 4.400 espécies terrestres e de água doce foram ameaçadas nos últimos anos. O efeito dos incêndios afecta o Ártico, aumentando o derretimento do gelo e, durante a combustão, o dióxido de carbono é libertado para a atmosfera - causando um efeito de estufa e alterações climáticas.

After the Fires - Birdhouses

Mari El, Rússia, 2023

Yuri Pritisk | Rússia

Uma criança que vive num campo temporário para pessoas afectadas pelo terramoto que atingiu o norte da Síria e a Turquia em fevereiro de 2023.

 

Earthquake Child

Síria, 2023

Saad Alkhabous | Síria

Nos últimos 1300 anos, o povo Hani desenvolveu e manteve os terraços de arroz nas margens do rio Hong.
Os terraços de arroz foram criados e mantidos durante séculos graças ao trabalho árduo da população local e eram e continuam a ser a sua casa.

Honghe rice terraces - home of Hani people

Yunnan, China, 2019

Ivanka Vi | Bulgária

O estilo de vida nas zonas costeiras do Bangladesh é por vezes fascinante. As crianças desempenham aqui um papel importante na vida quotidiana. Na fotografia, um rapazinho chamado Tutul estava a guardar a sua irmã mais nova, que estava a dormir no chão da sua casa. Tutul diz que as galinhas vêm sempre perturbar.

The Sleeping Angel

Satkhira, Bangladesh, 2021

Md. Saiful Islam Khan | Bangladesh

Os incêndios florestais são um problema global que afecta diretamente o clima e a biodiversidade do planeta. Um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) afirma que, até 2030, a frequência dos incêndios florestais aumentará 14%, até 2050 30% e até 2100 50%.
Na Austrália, em 2020, cerca de 1.000.000.000 (mil milhões) de animais selvagens e domésticos foram mortos por incêndios florestais. A biodiversidade está a perder-se em todo o mundo e mais de 4.400 espécies terrestres e de água doce foram ameaçadas nos últimos anos. O efeito dos incêndios afecta o Ártico, aumentando o derretimento do gelo e, durante a combustão, o dióxido de carbono é libertado para a atmosfera - causando um efeito de estufa e alterações climáticas.

After the Fires - Heron

Mari El, Rússia, 2023

Yuri Pritisk | Rússia

Numa comunidade densamente povoada, várias casas antigas de arranha-céus estão amontoadas.

A vida em grupo tem sido o modo de existência da humanidade desde os tempos antigos. Como resultado, surgiram comunidades, aldeias e cidades, umas a seguir às outras. Atualmente, este estado de vida em grupo aproximou as pessoas. O projeto "Group Living" questiona a tendência extrema de sobre-urbanização, apresentando espaços de habitação sobrelotados e homogeneizados nas cidades chinesas.
 

Group Living

Macau, China, 2011

Jian Luo | China

Muitas pessoas sem-abrigo perderam as suas casas e propriedades devido aos frequentes surtos de Covid-19, inundações, erosão dos rios e outras calamidades naturais. Estas crianças sem-abrigo são uma delas. Mas quando iam para a escola com uma mochila ao ombro, a vida envolveu-se na batalha pela subsistência. Foram obrigadas a mudar-se para a cidade em busca de um destino melhor. A fotografia foi tirada na lixeira de South Surma, em Sylhet, no Bangladesh, para onde o lixo da Sylhet City Corporation é levado e despejado todos os dias. Um dos seus trabalhos é recolher produtos de plástico do lixo da corporação da cidade e vendê-los a várias fábricas de garrafas na cidade de Sylhet a um preço por kg. Depois de recolherem as garrafas do lixo, por vezes todos os amigos se juntam para jogar futebol. Apesar de todas as perturbações que sofreram durante a infância no parque de recolha de lixo, este lugar é mais a sua casa.

Miserable childhood In the garbage pile

South Surma, Sylhet, Bangladesh, 2022

Ziaul Huque | Bangladesh

Um rapaz de pé nos degraus arredondados da entrada, onde, numa velha imagem de arquivo, os meus pais, tias e tios estavam sentados na nossa velha casa de Latifabad, algures em meados dos anos 80, em Hyderabad, Sindh, Paquistão.
Esta imagem faz parte do meu projeto fotográfico auto-etnográfico de longo prazo "Somewhere in Between". Este projeto visa explorar e recuperar a identidade perdida da comunidade Sindi através de um projeto fotográfico a longo prazo que investiga os arquivos e as memórias pessoais da família.
A 30 de setembro de 1988, a violência étnica rasgou a fachada histórica de Sindh, uma região multiétnica do Paquistão que criou um conflito entre uma comunidade indígena Sindhi e uma comunidade de migrantes (Muhajirs) que aqui chegaram na sequência da divisão da Índia em 1947. O que ficou depois desses acontecimentos teve um impacto muito grande na vida dos habitantes das duas principais cidades: Hyderabad e Karachi.
A minha família mudou-se para Carachi em 1992, onde fui criado numa sociedade onde ser falante nativo era considerado um traço incivilizado. Por isso, fui afastado das minhas raízes Sindi.
Comecei a questionar a minha identidade e a procurar a Sindhiness perdida em mim, que foi silenciada com o passar dos anos após os motins, e a minha outra metade (Sindhi) desapareceu devido à forte influência da era pós-colonial. A ideia de dar às minhas dúvidas e à minha desconexão a forma de um projeto fotográfico a longo prazo surgiu de anos de longas conversas e discussões com o meu pai. Assim, este projeto tornou-se mais uma viagem pessoal. Comecei por consultar os arquivos da minha família, especialmente quando os meus pais se casaram, visitando a nossa antiga casa onde nasci, que a minha família foi obrigada a desocupar e teve de se mudar para outra parte da cidade durante os motins.

Entrance to the Past

Hyderabad, Sindh, Paquistão, 2022

Hira Munir | Paquistão

Um grupo de adolescentes e jovens juntou-se ao longo das margens do rio Buriganga, para uma emocionante sessão de mergulho a partir de uma embarcação ancorada. Testemunhar a sua exuberância e aproveitar os momentos fugazes de felicidade revelou-se uma experiência deliciosa. Ansiosos por mostrar as suas melhores proezas de mergulho, envolveram-se numa competição amigável, cada um tentando superar o outro com saltos na água que desafiam a gravidade. Esta imagem em particular ilustra lindamente a viagem de aprender a voar pelo ar, deixando uma lição valiosa para aqueles que se seguem.

Learning to fly.

Sadarghat, Dhaka, Bangladesh, 2012

Asad Rahman | Bangladesh

Conheci o Señor Jovino no Caminho de Santiago, em Villaluz, uma pequena aldeia das Astúrias, no Norte de Espanha.
Caminhou ao meu lado, falando sem parar, explicando-me como a sua terra é bonita.
Convidou-me para ir a sua casa e depois ao estábulo, mostrando-me orgulhosamente as suas gatas e os seus galos gigantes, que limpou e escovou para a fotografia.

Señor Jovino

Asturias, Espanha, 2020

Mauro De Bettio | Itália

Taj e Akash viajam todos os dias de estação em estação com a sua mãe, pedindo esmola para ganhar a vida. O surf de comboio não é isento de riscos, mas é um meio de transporte comum no Bangladesh. As pessoas já sofreram eletrocussão, membros cortados, caíram nos carris e colidiram com túneis. No entanto, isso não as impede de saltar para os comboios em movimento, e fugir dos bastões de bambu da polícia torna-se uma rotina diária.

Free Riders

Arichpur, Bangladesh, 2017

Mauro De Bettio | Itália

Um menino de rua senta-se dentro de um templo hindu não ativo na rua de Katmandu, no Nepal, para atrair os turistas. Para as crianças de rua, a sua casa é a rua onde vivem.

Home is where you live.

Katmandu, Nepal, 2019

Sirish B C | Nepal

Abou Ali senta-se numa cadeira num dos muitos salões do histórico hotel Palmyra em Baalbeck, no Líbano. Este hotel, considerado por muitos como perdido no tempo, é a casa adotiva de Abou Ali, que vive e trabalha em Palmyra há décadas, sendo uma omnipresença fundamental para a preservação deste estabelecimento icónico no Médio Oriente.

The Palmyra Relic

Baalbeck, Líbano, 2023

João Sousa | Portugal

Uma mãe levanta-se de manhã cedo para cozer pão para os seus filhos e fazer as tarefas domésticas.

Warm family environment 1

Turquia, 2019

Musa Talasli | Turquia

Esta é a aldeia histórica de Chittagong, no Bangladesh, onde gerações e gerações trabalham nesta olaria. A olaria é uma arte muito antiga. Desempenha um papel importante no estudo da cultura. No Bangladesh, em pequenas aldeias, as pessoas continuam a trabalhar para esta cultura da olaria, onde ganham as suas despesas diárias com a venda de cerâmica. Estabeleceram a sua cultura, onde contribuem com o seu tempo, paixão e tecnologia para fazer cerâmica e muitas famílias incluem os seus familiares para trabalhar com eles. Por vezes, em cada família, desde o membro mais velho até ao mais novo, pagam o seu trabalho árduo para fazer cerâmica para viver. Nesta fotografia, a discriminação entre os sexos é evidente. Para além dos homens, as mulheres também os ajudam a fazer panelas de barro para ganhar dinheiro. Na aldeia, a maior parte das manhãs ajudam-se mutuamente para se cuidarem e trabalham juntas no pátio da olaria em frente à sua casa, o que é uma cena muito rara hoje em dia. Devido à atualização da modernidade em todo o mundo, estas histórias estão a começar a desaparecer da mente das pessoas.

Creation for the life.

Chittagong, Bangladesh, 2014

Shahriar Farzana | Bangladesh

Autorretrato

Los pájaros

Córdoba, Argentina, 2010

Candelaria Magliano | Argentina

Um grupo de irmãos sírios deambula pelas escadas da sua casa no campo de refugiados de Shatila, em Beirute. As condições precárias em que vivem obrigam estas crianças a trabalhar diariamente nas ruas da capital, onde vendem rebuçados e guardanapos aos automobilistas nas estradas.

Children of Shatila

Campo de Shatila, Beirute, Líbano, 2021

João Sousa | Portugal

Os viajantes são considerados sagrados pelos georgianos, pelo que o mínimo que se pode esperar é um sorriso seguido de um convite para comer e beber algo caseiro (normalmente café ou vinho) quando se passeia por este país deslumbrante.
Capturei esta bela cena numa casa em Ambrolauri, na região de Racha. Apesar de ter trocado muito poucas palavras com ela, esta senhora sentiu-se compelida a convidar-me a entrar e a fritar pão de milho (mchadi), enquanto a sua família estava ocupada a encontrar garrafas de vinho na adega para as oferecer como presente. A hospitalidade assume muitas formas na Geórgia, mas eu considero Racha um dos melhores sítios onde as pessoas tratam os viajantes como se fossem seus parentes.

Georgian Hospitality

Ambrolauri, Racha, Geórgia, 2019

João Sousa | Portugal

A família Kalasha reúne-se para o Festival Uchal em Bumboret, Chitral, Paquistão. Os Kalasha são a única etnia pagã não muçulmana isolada no enorme território da Shari'a que se estende de Lahore a Istambul. Costumavam viver em ambos os lados da fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, mas a sua casa no Afeganistão foi destruída e os sobreviventes foram obrigados a fugir para os seus parentes paquistaneses. Infelizmente, no Paquistão, a sua cultura continua em perigo: embora as repressões activas sejam raras, a pressão social é grande e a lenta assimilação ameaça extinguir a etnia Kalasha.

Kalasha 1

Bumboret, Chitral, Paquistão, 2022

Mark Levitin | Israel

Uma mãe refugiada Rohingya com o seu bebé em frente à sua tenda improvisada no campo de refugiados de Hakimpara em Teknaf, Cox's Bazar Bangladesh. Organizações internacionais têm denunciado violações dos direitos humanos e execuções sumárias alegadamente levadas a cabo pelo exército de Myanmar.

Rohingya Exodus

Cox’s Bazar, Bangladesh, 2017

K M Asad | Bangladesh

As famílias ciganas do Bangladesh utilizam frequentemente animais selvagens para o seu rendimento diário. Estas famílias vagueiam por todo o lado e tentam ganhar o seu sustento de muitas maneiras. Utilizar animais selvagens como macacos, cobras, elefantes e papagaios para ganhar dinheiro é uma tradição para eles. Na fotografia, o macaco chamado Mousumi, pelo seu dono, está ao serviço há 22 anos. Quando fotografei o macaco, senti a sua ânsia de regressar à sua casa verde em vez de viver numa caixa de madeira.

Far From Home

Kushtia, Bangladesh, 2023

Md. Saiful Islam Khan | Bangladesh

Uma mulher idosa da aldeia senta-se rodeada pelos seus netos, com os olhos a brilhar de travessura. Ela gesticula com as suas mãos nodosas enquanto lhes conta uma história, com a sua voz quente e convidativa.
As crianças agarram-se a cada palavra, os seus rostos iluminam-se de espanto. São transportadas para um mundo mágico onde tudo é possível, onde os animais falam e as árvores andam.
As histórias da avó são uma ponte entre o passado e o presente. Ensinam às crianças a sua cultura e o seu património e também lhes transmitem importantes lições de vida.
A fotografia capta a beleza da ligação entre avós e netos. É um lembrete da importância de contar histórias e do poder da imaginação.

Grandmother

Purulia, Índia, 2020

Alok Avinash | Índia

Escadas de inquietação.

Preocupação

Lisboa, 2020

Carlos Gaspar Reis | Portugal

Numa viagem ao Uzbequistão, visitámos uma família local e pude ver como fazem pão em casa. As crianças também se envolvem de acordo com a sua idade, sendo que os mais novos, por vezes, brincam sobretudo.

Helping grandmother

Uzbequistão, 2023

Ivanka Vi | Bulgária

Perspetiva de prédio de aço e vidro.

O pensamento é como uma gaivota. Livre a voar.

Porto, Portugal, 2023

José Brito | Portugal

A liberdade humana diminuiu significativamente em todo o mundo durante a pandemia do coronavírus. Na fase inicial do surto, os governos de diferentes países impuseram medidas de confinamento e quarentena para evitar a propagação do vírus, o que teve impacto na vida quotidiana e na saúde das pessoas, especialmente das crianças. De repente, a situação obrigou-nos a ficar em casa. Na fotografia, a rapariga e os pombos olham pela janela com o sonho de voar nos seus próprios céus.

Homebound Souls

Dhaka, Bangladesh, 2020

Md. Saiful Islam Khan | Bangladesh

De repente, vi três rapazes a brincar com pneus de bicicleta junto ao mar, na época das monções, o ambiente pareceu-me muito bonito nessa altura. Pensei que era a infância. A felicidade não precisa de coisas dispendiosas.

Childhood 1

Bengala Ocidental, Índia, 2022

Shubhabrata Bose | Índia

Centenas de rohingyas atravessam a fronteira do Bangladesh enquanto fogem de Buchidong, em Myanmar, depois de atravessarem o rio Naf, no Bangladesh, a 9 de outubro de 2017. De acordo com o ACNUR, mais de 745 000 refugiados Rohingya fugiram de Myanmar para o Bangladesh desde 25 de agosto de 2017.

Rohingya Exodus

Cox’s Bazar, Bangladesh, 2017

K M Asad | Bangladesh

Uma referência arquitectónica na cidade do Porto, é sem dúvida um dos muitos legados que o Arquitecto Siza Vieira deixará na cidade.
O alinhamento vertical e horizontal da construção formam um conjunto visual de grande impacto.

Bairro da Bouça

Porto, Portugal, 2021

Nuno Pestana Vasconcelos | Portugal

Os incêndios florestais são um problema global que afecta diretamente o clima e a biodiversidade do planeta. Um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) afirma que, até 2030, a frequência dos incêndios florestais aumentará 14%, até 2050 30% e até 2100 50%.
Na Austrália, em 2020, cerca de 1.000.000.000 (mil milhões) de animais selvagens e domésticos foram mortos por incêndios florestais. A biodiversidade está a perder-se em todo o mundo e mais de 4.400 espécies terrestres e de água doce foram ameaçadas nos últimos anos. O efeito dos incêndios afecta o Ártico, aumentando o derretimento do gelo e, durante a combustão, o dióxido de carbono é libertado para a atmosfera - causando um efeito de estufa e alterações climáticas.

After the Fires - Monkeys

Mari El, Rússia, 2022

Yuri Pritisk | Rússia

Sumaiya, de 15 anos, uma jovem noiva de uma pequena aldeia do Bangladesh, foi dada em casamento a um rapaz escolhido pelos seus pais. As raparigas dos países do terceiro mundo, como o Bangladesh, casam muito jovens e não podem escolher os seus parceiros. O casamento é-lhes frequentemente imposto. A grande maioria delas aceita a sua fé e segue em frente. Sumaiya, como outras, sonha com dias melhores, nomeadamente com a nova casa onde espera passar o resto da sua vida.

A rural bride and her thousand dreams

Sherpur, Bangladesh, 2021

Jahid Apu | Bangladesh

A fotografia capta o rescaldo das fortes chuvas de 21 de Junho de 2022, na União de Jatrapur, Kurigram, uma cidade distrital fronteiriça do Bangladesh. A imagem retrata o impacto devastador das inundações nas habitações locais. Destaca-se uma casa em particular, parcialmente submersa nas águas das cheias, com uma mulher doente sentada dentro de casa. A cena retrata as circunstâncias terríveis enfrentadas pela comunidade, destacando a vulnerabilidade e as dificuldades que enfrentam. A presença da mulher acrescenta um elemento pungente, realçando o sofrimento humano e a resiliência no meio do caos. Serve para recordar a necessidade urgente de apoio e assistência para mitigar os efeitos de tais catástrofes naturais.

The last place of refuge.

Kurigram, Bangladesh, 2022

Muhammad Amdad Hossain | Bangladesh

PLATAFORMA PARA A VALORIZAÇÃO DA FOTOGRAFIA E DOS FOTÓGRAFOS.